quarta-feira, 13 de julho de 2011

Filme Nº19: A Roda (1923)

A Roda (1923)
La Roue
Abel Gance

Este filme foi até agora o que nos levou mais tempo a ver - uma semana.
O filme torna-se cansativo de ver (são quatro horas e quase meia), mas ainda assim, confessamos que tem cenas espectaculares e uma história interessante.
Com o tema "A Roda" temos em todo o filme a presença de padrões circulares - até na caixa de diálogos é a imagem da "Roda da Fortuna" que aperece.
O filme conta-nos a história de um maquinista, Sisif, que acolhe em sua casa uma orfã, Norma, de um desastre de comboio (cena inicial de descarrilamento brilhante).
Ele acaba anos mais tarde por se apaixonar por ela e ela por sua vez apaixona-se pelo seu "irmão" (e este também nutre o mesmo sentimento) - duas histórias trágicas e paralelas.
Amores proibidos, mal entendidos e quando é para correr mal, corre mesmo tudo mal (parece uma Lei de Murphy).
O final, não podia ser mais trágico, mas termina brilhantemente com uma roda humana - os habitantes do Monte Branco a dançarem, dando a ideia de uma roda em movimento.
Muitas das cenas foram realmente boas - a do funicular com o caracol sobreposto, a sombra da cruz a "tocar" em Norma,... 
É um filme que acabou por ser interessante, mas um conselho... só o vejam se tiverem tempo e paciência.

1 comentário:

  1. Este melodrama de Abel Gance, na sua versão original, durava 9 horas! Hoje, é mais lembrado pela frenética montagem dum acidente ferroviário e pelas imensas referências à mitologia grega. Na famosa cena do acidente ferroviário, Abel Gance usou pela primeira vez a chamada "montagem acelerada", com o intuito de transmitir a ideia abstracta da velocidade. Os planos mostram sucessivamente o comboio, as rodas em movimento, o rosto calmo de uma passageira que ignora o seu destino. A cada momento, essas imagens são retomadas em planos cada vez mais curtos e gestos cada vez mais rápidos, fazendo o público acompanhar a marcha para o desastre.
    Nota-se que o filme tem muita influência da corrente expressionista, em voga na Alemanha na altura.
    Como vi uma versão curta, com cerca de hora e meia, a minha visão e opinião sobre o filme pode ter ficado prejudicada, no entanto, embora tenha imagens belíssimas, não fiquei apaixonado pelo filme
    6/10

    ResponderEliminar